Eu tenho esse jeito bruto de amar, eu sei.
Eu reclamo, eu
respondo, eu perco a paciência, eu questiono tudo, o tempo todo, mas ainda
assim eu escolho estar com você.
Tem dias que eu
não sei. E ai de quem disser que o amor é essa entidade inquestionável, algo
que você assina e fica assim pra sempre.
Não fica,
meu bem.
Talvez eu saiba
disso mais do que você porque já acreditei e vivi pra ver o amor não dar certo.
Empacotar e começar de novo.
Por isso mesmo
eu questiono e não deixo de fazer planos que sejam só meus.
(Mas quando
decido ir embora sempre dou uns últimos 5 minutos só pra ver se você chega)
Qualquer jornada
ao seu lado tem mais brilho e mais risada. Até quando eu quero ser séria. Até
quando eu te pego de jeito. Até quando eu te pergunto, fazendo uma voz meio
sexy, "o que você gostaria de fazer que a gente ainda não fez?"
e você responde:
"Nova
lorque".
Você foi o
caminho mais improvável que a minha vida deu.
Porque eu não
queria, em algum lugar eu achava que amor era aquela coisa sádica que eu vivi
durante os últimos anos.
Mas você pegou
minha mão na rua, riu da minha dificuldade em demonstrar afeto, insistiu, quis
conhecer meus amigos (que audácia!) jogou as roupas no armário, no chão, na
cama, fez seu ninho nos meus braços e ficou.
Eu te amo e é
bonito.
É leve.
E essa semana eu
fiquei com dor só de pensar que um dia talvez eu possa não te amar mais.
Mas é o que eu
sempre te digo:
Você é inteiro, eu sou inteira.
A gente sobrevive sem o outro mas mesmo assim continua tomando
o mesmo caminho de mãos dadas quase todos os dias de manhã.
E a gente faz
isso porque está dando certo, não tá?
Não há nada mais permanente na vida do que a impermanência de tudo. Questiono se a dor de não mais amar é inexorável. Seria essa a minha essência?
ResponderExcluirMudamos o tempo todo, sendo certo que aqui incluo a possibilidade de novas experiências, sempre. Mas há um vazio em saber que a minha inquietação me fará sempre buscar aquele frio na barriga, que sempre é presente no início de tudo.
Que consigamos envelhecer ao lado de alguém, cujo olhar consiga ser renovado, com a mesma ternura e desejo, dia após dia...