Hoje em dia esse é um assunto que me traz um pouco mais de sossego, mas nem sempre foi assim. Já passei pelo questionamento do "mas eu sou monotemática?" até o bullying indireto de amigos escritores que criticavam essa literatura "menor que é falar de si mesmo" quando às vezes nem era sobre mim, embora fosse sobre amor.
Foi foda achar meu lugar nas palavras principalmente porque ser escritora foi consequência de um método que eu usava desde criança para sobreviver. Eu não me tornei escritora, eu existi escritora. E não foi publicar um livro que validou isso.
O meu processo criativo é diferente. Eu não me isolo. Você vai me ver na rua, entre pessoas, porque é disso que eu me alimento.
Eu consigo parir um texto por semana porque eu preciso escrever e os conselhos do "guarda para o seu próximo romance" às vezes não funciona porque eu preciso deixar escoar de mim, eu só consigo entender se tiver escrito. Eu escrevo por sobrevivência.
O meu processo criativo é diferente. Eu não me isolo. Você vai me ver na rua, entre pessoas, porque é disso que eu me alimento.
Eu consigo parir um texto por semana porque eu preciso escrever e os conselhos do "guarda para o seu próximo romance" às vezes não funciona porque eu preciso deixar escoar de mim, eu só consigo entender se tiver escrito. Eu escrevo por sobrevivência.
Eu não tenho pressa, tenho urgência.
Nunca tive paciência para esperar esfriar. Nem sopa, nem amor. Embora hoje em dia eu deixe um texto dormir um tempo, marinar antes de jogar para o mundo. Porque eu também gosto quando as palavras são bonitas.
Nunca tive paciência para esperar esfriar. Nem sopa, nem amor. Embora hoje em dia eu deixe um texto dormir um tempo, marinar antes de jogar para o mundo. Porque eu também gosto quando as palavras são bonitas.
Eu publico livros em tempos longos. Do primeiro para o terceiro foram 5 anos. E há dois esse último romance roda por aí – rodou tanto que chegou na Espanha! – enquanto eu cato os coquinhos do meu próximo projeto.
É que eu tive que trabalhar. (Me boto no colo e me conforto). É que eu tive que (tenho que) pagar o aluguel, bancar meu apartamento, minha dor, minhas questões, minha análise e por isso mesmo eu não sou só escritora. Eu sou roteirista também. Você vai ver meu nome em programas populares de televisão e em uns projetos autorais que dão gosto de ver.
É que eu preciso escrever para sobreviver, como disse lá em cima. Por dentro e para fora.
E é dessa forma que eu vou seguindo a vida. Não sei se acontece com você, mas tem uns dias esvaziados, onde pouca coisa tem graça. Você se questiona? Você pensa em para que serve isso tudo? Em pra que você está por aqui?
Quando isso acontece, tem o leitor. E o leitor é o oposto da solidão. O leitor valida tudo, o texto e o escritor. E eu existo para isso. Porque existe você.
E sorte minha que essa literatura menor que é falar de si mesma envolve um monte de gente que pega na minha mão e me leva por ai.
E um monte de autores que vieram antes de mim, para me dar colo e calma. (Ave Ana C.)
Colo, calma e escrita.
Tem gente que quer um mundo de coisas. No fundo, eu quero só isso.
Tem gente que quer um mundo de coisas. No fundo, eu quero só isso.
Isso e escrever cartas de amor para pessoas que não existem. Como eu fazia desde que tinha uns 10 anos.
Como eu faço até hoje.
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